sábado, 4 de junho de 2011

Um texto em prosa!!!

Olá a todos!

Finalmente criei coragem para postar um texto em prosa! \o/ O conto que trago hoje se chama "Diailogando", com o "ai" no meio! kkk Esse foi um título sugerido pelo meu pai! A maioria das pessoas não lê o "ai"... tsc. Mas realmente é algo que só se entende depois da leitura, já que a palavra não se escreve assim. Quando se entende... De qualquer forma, acho o titulo perfeito! Será que você consegue descobrir o porquê? :P

Esse foi o conto que me impulsionou mais para o mundo das letras! Eu já tinha escrito um livro (que ainda não publiquei -.-), mas nunca tinha participado de nada específico no colégio. Então, em 2007, eu participei de uma oficina literária com meu professor de literatura, Moisés Neto! Dessa oficina, os professores iriam escolher alguns alunos para ir num azilo! Na oficina de poemas, foram escolhidos vários alunos, já que poemas são mais rápidos. Mas na de prosa, os profs. só poderiam escolher um conto e uma crônica. Foi assim que, pela primeira vez, eu fui escolhida para fazer alguma coisa diferente no colegio! Foi bem divertido! *-* Meu professor pediu para que eu fizesse um conto para ler lá pros velhinhos e fiz esse "Diailogando"! Depois, no fim do ano, eu ganhei o terceiro lugar da "literaprosia" com ele, um evento que tinha no colégio! Eu tinha 15 anos na época e foram experiências de que nunca vou esquecer! ^^ 

“Diailogando”
Lícia Guedes

Àquela manhã, Daniel estava muito pensativo. Ele havia acordado bem cedo e aproveitou para ir à praça, pois estava cheio de coisas na cabeça e queria ficar sozinho.
            Várias horas se passavam desde que chegara. Até que ouviu uma voz fina de criança falar:
– Por que você tá aqui, Daniel? Acordou tão cedo! Te procurei quando acordei e não te achei! Qual o problema?
Daniel logo reconheceu o seu irmãozinho de oito anos, Lucas, e perguntou:
– Como soube que eu estava aqui?
– Ah, toda vez que você tá com algum problema você vem na praça. E pra acordar tão cedo desse jeito, “cê” tinha que tá com algum problema! Diz! O que foi?
– Você não vai me deixar em paz até eu contar, né?
– Nem pensar!
– Então não tem jeito... eu tô meio cismado porque não consegui vencer o concurso de desenho de que participei, mas eu só não consegui vencer o concurso porque o cara que tava do meu lado copiou todas as minhas idéias e mostrou primeiro! Porcaria de vida!
– Ah, que é isso, Daniel! Não perde tempo com isso não! Vem! Paga um sorvete pra mim que é melhor!
– Quer me deixar em paz agora?
Enquanto Lucas tentava convencer o irmão a ir com ele, dona Edite, que vinha passando, os interrompeu dizendo:
– Oh! Quanta disposição a essa hora da manhã! Tudo bem com vocês, meninos?
– Não! – disse Lucas – O Daniel tá aqui todo emburrado e não quer me pagar um sorvete, dona Edite!
Dona Edite deu uma risada gostosa com a “seriedade” de Lucas e disse, sorridente como costumava estar:
– Lá em casa não tem sorvete e nem nada açucarado por causa do meu irmão diabético, mas tem outras coisas! Não querem ir pra lá comigo?
– Claro! E não tem problema nenhum porque a senhora é nossa vizinha! Vamos, Daniel!
Lucas deu um jeito de puxar seu irmão até a casa dos vizinhos e ao chegar lá, a primeira coisa que viram foi um senhor idoso de cadeira de rodas assistindo TV. Essa imagem tocou Daniel que, por ser artista, era sensível e observador.
– Está melhor, Timóteo? – Edite perguntou assim que entrou
– Sim – ele respondeu – sinto-me melhor...
Dona Edite disse com alegria para eles sentarem e dirigiu-se à cozinha. Ao sentar, Daniel ficou apenas observando, e viu que o senhor Timóteo não parecia muito feliz, ele estava cansado e desgastado.
– O senhor tá triste? – o impulsivo Lucas não demorou a perguntar.
– Triste?!... Talvez um pouco... – o senhor Timóteo respondeu, pensativo. Depois olhou para Daniel e disse:
– Curioso para saber o que houve com essas pernas, garoto? A diabetes as levou de mim.
– Pôxa... – comentou Daniel
– É... e essa cadeira atrapalha bastante. Eu quase não saio de casa... eu quase não faço nada. É muita inutilidade...
– Claro que não! Eu devo ser bem mais inútil do que o senhor.
– Não reclame de barriga cheia, garoto! Você ainda tem as duas pernas para caminhar.
– E o senhor tem dois braços, dois olhos, duas orelhas, uma boca e uma cabeça pra usar.
– Você também tem tudo isso.
– Mas o senhor tem tempo e experiência.
– A experiência você vai adquirir e o tempo, alguém jovem como você com certeza tem.
– Mas como o senhor tem experiência, pode usar melhor do seu tempo e ser mais esperto do que possíveis plagiadores.
– Pessoas que tentam se dar bem às custas dos outros sempre estarão por perto e muitas vezes vão conseguir o que querem mesmo que você seja a pessoa mais esperta do mundo.
– Mas eles vão ter mais dificuldade e acabar desistindo.
– Gente desse tipo não desiste fácil.
– Eu também não, mas acabei me dando mal assim mesmo.
– Se você ficar emburrado e se cobrando por isso, nunca vai melhorar, crescer e se dar bem da próxima vez!
– E se o senhor ficar reclamando e dizendo que não faz nada útil, o senhor nunca vai fazer alguma coisa!
Pararam! Cada um disse ao outro o que este precisava ouvir e ambos ficaram... pensativos. Neste mesmo instante, dona Edite voltava da cozinha com sucos e havia escutado toda discussão. Aproveitando a deixa, disse:
– Seus bobinhos! A vida é curta demais pra se ficar reclamando dela! A única coisa que realmente vale a pena nessa vida é viver!
Os dois sorriram com essa colocação, completamente vencidos.
– É... tem razão! – Disse Daniel um pouco mais animado.
Todos na sala sorriram e passaram uma tarde agradável conversando sobre os mais variados assuntos que podem sair da junção de uma criança, um adolescente e dois idosos.
    

É isso! Peço a compreensão de todos para jamais plagiarem um texto meu, certo?! Nem meu, nem de ninguém, pois isso é algo muito imoral e sem graça. Se quiser usar para alguma coisa, é só pedir a minha permissão!
Até mais!

2 comentários:

  1. Ah! Eu lembro tanto desse dia! Acredita que lembro do tom baixo e tímido que tu lia esse texto pra eles? Li o texto inteiro com tua voz na cabeça, não esqueço mesmo!!! E o teatro? hahahaha!!!
    Saudade de fazer as coisas ctg, Lícia!


    P.S - Depois de lembrar dessas oficinas me veio uma pergunta na cabeça: pq carambolas eu não fiquei na oficina de Moisés Neto? O que deu em mim? Óh, Céus!


    Malu (:

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  2. hehehee! Lembra de tudo isso, Malu?! Memória boooa! ^^ (tá, eu lembro também... :P)Saudades também... =\\

    kkkkkkkkk você ficou me perguntando isso durante um bom tempo depois delas! kk acho que foi porque vc queria ficar no teatro... (se bem que tiha que ser um motivo muito forte... kkk)

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